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Um bilhão de novos consumidores: por que o preço do café não para de subir | UOL Prime #60

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Do UOL, em São Paulo

06/03/2025 05h10

Quem gosta de um cafezinho já percebeu que o preço subiu — e muito — nas prateleiras dos supermercados. Mas até quando os consumidores devem sentir os efeitos dessa inflação?

Segundo o repórter e colunista do UOL Graciliano Rocha, as notícias não são muito boas.

"Difícil prever, mas, olhando para o mercado hoje, acho que até junho, julho, preços continuarão subindo. É o que fala todo mundo da indústria porque não vê uma baixa nesses próximos meses. É provável que a gente continue tendo uma inflação muito acentuada no café", explica.

O repórter conversou com o apresentador José Roberto de Toledo no novo episódio do podcast UOL Prime sobre os principais motivos que levaram à alta do café.

O preço médio do quilo do café no varejo quase dobrou nos últimos 12 meses, segundo a Abic (Associação Brasileira das Indústrias de Café). Foi de R$ 29,62 para R$ 56,07.

"Estou acompanhado de um bilhão de pessoas do outro lado do mundo. É esse o número de pessoas que não eram consumidores de café na Ásia e se tornaram nos últimos anos. A China, que foi sempre um país que a gente relacionou com o chá, está bebendo cada vez mais café", destaca.

Segundo a Organização Internacional do Café, o consumo chinês ou de 231 mil sacas de 60 kg em 2002 para 2,8 milhões em 2022.

Graciliano Rocha também ressaltou que os fatores climáticos no Brasil tiveram um impacto decisivo nessa alta de preços.

"De cada dez xícaras servidas no mundo, quatro são feitas com grão brasileiro. Quarenta por cento do café bebido no mundo sai dos estados produtores, Minas, Bahia, até Rondônia. Nós tivemos, em 2021, um problema com geada, que devastou os cafezais de Minas", explica o repórter.

"Em 2020, a safra brasileira foi de 63 milhões de sacas. No ano ado, de 54 milhões. Essa diferença é praticamente uma Colômbia. Perdemos uma Colômbia de café por causa da seca no ano ado."

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