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Camilo Vannuchi

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Robinho livre e sorridente é pedalada na cara dos que esperam justiça

Alex Bita, dono de uma barraca na praia de Santos, postou foto com Diego e Robinho - Reprodução/Instagram
Alex Bita, dono de uma barraca na praia de Santos, postou foto com Diego e Robinho Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

29/06/2023 04h00

Ei, leitora, você já ouviu os primeiros episódios da série Os grampos de Robinho, a nova temporada do podcast UOL Esporte Histórias? E você, leitor, já conferiu ou continua moscando?

Terminei de ouvir o quarto episódio com o estômago embrulhado. Do início ao fim, é estarrecedor o conteúdo das conversas entre Robinho e seus "brothers" acerca do estupro coletivo que praticaram contra uma jovem albanesa de 23 anos numa boate em Milão, na Itália, em 2013.

Nas gravações, nada se salva: os atos, os gestos, o discurso, o caráter. Robinho e seus comparsas distribuem palavrões, elaboram argumentos, combinam versões, exalam confiança — "isso aí não vai dar em nada", o jogador afirma mais de uma vez —, exultam ao lembrar que a garota estava "extremamente embriagada" — o que, acreditavam, enfraqueceria o testemunho dela contra a palavra deles —, e gargalham. Riem muito. Ao comentar que seis caras é "muita coisa", ao compartilhar detalhes como "eu vi que você pôs o pau na boca dela", ao responder dizendo que "isso não é transar", ao inferir que um dos amigos, o "mais duro", "jogou dentro" da mulher, ou seja, poderia ter engravidado a vítima.

Nada ali contribui para aliviar a responsabilidade do mais famoso dos amigos. Robinho não apenas testemunhou os parças estuprarem a garota como participou do estupro. "A mina chupou o teu, chupou o meu", ele comenta num dos áudios, após itir que só não a penetrou — "rangou", na expressão usada por ele — porque não pôde manter a ereção. "Eu tentei, eu tentei", e dá-lhe gargalhada.

Atacante em campo, Robinho revelou atacar também fora dele. Uma vítima vulnerável, alcoolizada, indefesa — "fora de si", segundo informação do próprio Robinho num dos áudios.

São mais de dez horas de conversas captadas pela polícia italiana com autorização judicial por meio de grampos e de uma escuta fixada no carro do jogador em 2014, um ano após o crime, quando os envolvidos começaram a depor. Foram esses áudios que fundamentaram a condenação de Robinho a nove anos de prisão em 2020.

Quase tão nojenta e perturbadora quanto a violência sexual descrita nos áudios é a desfaçatez da turba de adultos idiotizados que trata mulheres como bonecas infláveis, assedia, importuna, estupra, gargalha e se considera acima da lei.

Nem todo homem, diz a sabedoria popular, mas sempre um homem. Ou uma quadrilha deles.

O que raios ainda falta para o judiciário brasileiro homologar a condenação atribuída a Robinho em todas as instâncias da Justiça italiana? Cidadãos brasileiros não são extraditados para cumprir pena no país em que o crime foi praticado, e a sentença, expedida. Mas devem cumprir pena em território nacional, desde que o processo tenha sido conduzido com isonomia, com o acompanhamento do réu ou seu representante legal, sem parcialidade, interesses escusos, manipulação de resultados — ou combinações alinhavadas entre juiz e promotores por meio de mensagens de Telegram.

Enquanto a homologação não é feita, Robinho mantém uma rotina divertida e confortável na Baixada Santista, conforme publicou o colunista Diego Garcia, do UOL. Joga bola às quartas-feiras, vai a festas de casamento, canta pagode.

Robinho continua casado com a mesma mulher que namora desde os 15 anos. "Fiquei ali de mulher chifruda, burra, que não sabe de nada", reclama a esposa numa das conversas captadas pelas escutas da polícia.

Vi o menino Robinho enfeitiçar o país em 2002. Ele tinha 18 anos e aprontava maravilhas ao lado de outro moleque, ainda mais novo, chamado Diego, aos 17. Juntos, driblavam os adversários com arte, alegria e atrevimento, neutralizando zaga e goleiro, num estilo solar e irreverente que alguns cronistas diziam não ver em cena desde o Botafogo de Mané Garrincha.

Um deles inventou de chamar o drible de pedalada e a palavra pegou. Robinho pedalava. E foi pedalando que o menino prodígio ou um João, derrubou outro, e foi tirando um monte de João do caminho até empurrar o Santos ao primeiro título importante do time em 18 anos. Era impossível não vibrar com aquela dupla, com aquela conquista.

Recompondo-me do quarto episódio e já ansioso para ouvir o próximo, percebo que a reportagem assinada por Janaína César, jornalista brasileira domiciliada na Itália há 20 anos, e Adriano Wilkson, do time do UOL Esporte em São Paulo, é uma das mais importantes do ano até agora, quiçá a mais importante. Não apenas por jogar luz sobre o que há muito vinha sendo tratado em sigilo, entre sopros e sussurros, mas por cobrar celeridade do judiciário e, principalmente, escancarar a hipocrisia de ídolos que, se em algum momento foram merecedores de idolatria, precisam ser urgentemente desmitificados e colocados no lugar que lhes cabe: o de criminosos e abusadores.

Para que não se repita. Para que não se e pano para nenhuma forma de assédio, abuso ou violência sexual. Para que nenhum homem se sinta à vontade para cometer o que essa quadrilha cometeu e se regozijar entre risos, piadas, festinhas e tapinhas nas costas.