Vídeo mostra gambiarra em hospitais do DF para levar oxigênio a pacientes
Um dos maiores hospitais do Distrito Federal, o Hospital Regional de Taguatinga só está conseguindo oferecer oxigênio a parte dos pacientes internados com covid-19 graças a gambiarras feitas pela equipe médica. Situação semelhante ocorre em outro grande hospital público da capital, o de Planaltina, a 40 km do centro.
Com uma demanda maior do que a capacidade nos hospitais, os médicos estão internando os pacientes em salas que não tem tubulação de oxigênio instaladas, como as enfermarias, e por isso precisaram improvisar para fazer o oxigênio chegar até os internados.
Um vídeo feito por um dos profissionais que trabalham na unidade de Taguatinga mostra os cilindros ao lado de alguns pacientes, e várias mangueiras presas ao teto atravessando a sala, ando inclusive por cima de luminárias, para que o oxigênio chegasse aos internados.
"Os pacientes estão usando O2 tudo em gambiarra, porque não temos nenhum tipo de e para trabalhar. Estamos usando bala de O2. Sem nenhuma estrutura. Totalmente desumano", desabafa o profissional durante o video, que mostra cilindros de oxigênio sendo conectados por mangueiras.
Procurada pelo UOL, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal reconheceu que a demanda de pacientes é muito alta para os pontos fixos de oxigênio nas unidades. A pasta explicou que as enfermarias tem uma limitação de espaço, que comporta um número limitado de leitos e, consequentemente, um número limitado de pontos fixos de oxigênio. Por isso, segundo a pasta, é necessário o uso de cilindros de oxigênio portáteis para ar o volume de atendimento nesse momento.
A secretaria, no entanto, afirmou que a quantidade do insumo contratado é suficiente para atender os níveis atuais e a projeção de aberturas de novos leitos. Mas, para evitar um desabastecimento, foi solicitado um aditivo contratual no percentual máximo permitido por lei.
A pasta tem contrato com duas empresas fornecedoras de oxigênio: a White Martins Gases Industriais Ltda e a Air Liquide Brasil Ltda. Segundo a secretaria, houve aumento no consumo do produto porque houve ampliação no número de leitos na capital. O governo ainda explicou que não tem como estocar oxigênio e que o abastecimento é feito diretamente pelas empresas contratadas para o serviço.
Hospitais colapsados
Tanto a rede pública quanto a privada no Distrito Federal está em colapso há pelo menos uma semana. Existem 700 leitos de UTI ao todo na capital e todos estão ocupados. A lista de espera está com mais de 280 pacientes hoje, contando aqueles que não estão com coronavírus. O governo diz que tem aberto leitos quase diariamente, mas eles são imediatamente ocupados por causa da alta demanda.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) prometeu montar três hospitais de campanha no Distrito Federal, cada um com 50 leitos de UTI, mas não há previsão de início do funcionamento dessas unidades.
A capital federal está com toque de recolher desde 8 de março, das 22h às 5h. Desde 28 de fevereiro, diversas atividades não essenciais estão proibidas de funcionar. Apenas aulas na rede privada, academias de ginástica, igrejas e parques podem abrir, além de supermercados, farmácias, postos de combustíveis e outros serviços essenciais.
De acordo com dados de ontem da Secretaria de Saúde, o Distrito Federal registrou 5.116 mortes desde o começo da pandemia, com 317.880 casos.
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