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Jovem de 19 anos ganhou até R$ 23 mil por mês em folhas secretas da Uerj

Caio Rabello Gosselin ganhou entre R$ 15 mil e R$ 23,7 mil por mês da Uerj em projeto suspeito  - Arte UOL
Caio Rabello Gosselin ganhou entre R$ 15 mil e R$ 23,7 mil por mês da Uerj em projeto suspeito Imagem: Arte UOL

Do UOL, no Rio

20/05/2023 04h00

Sem qualquer experiência no mundo acadêmico, um rapaz de 19 anos ganhou entre R$ 15 mil e R$ 23,7 mil por mês da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em um projeto de pesquisa, com folhas de pagamento sem transparência e loteado por indicações políticas em ano eleitoral.

O que aconteceu

Caio Rabello Gosselin foi contratado em junho de 2022 em um projeto voltado a ações de inovação em escolas estaduais, onde permaneceu como bolsista até o programa ser suspenso em dezembro. Na ocasião, a Uerj interrompeu uma série de projetos tocados com dinheiro do governo Cláudio Castro (PL) após o UOL mostrar indícios de irregularidades.

O rapaz recebeu R$ 15 mil em cargo de supervisor do projeto ECO (Escola Criativa e de Oportunidades). A remuneração chegou a R$ 23,7 mil em dezembro —segundo a Uerj, esse valor se deve ao acréscimo do 13º salário proporcional. Ao todo, ele ganhou R$ 113,7 mil brutos em sete meses.

A mãe e o pai de Caio também foram contratados pela Uerj: eles receberam valores iguais aos do filho nos mesmos projeto e período. Margareth Rabello Gosselin é dona de uma microempresa de venda de doces e bolos, e Rafael Andrade Gosselin, advogado.

Junta, a família recebeu R$ 341 mil brutos (R$ 252 mil líquidos) da universidade. Para efeito de comparação, a remuneração mensal deles chegou a ser mais do que o triplo do salário oferecido para cargo de professor em concurso público em andamento na Uerj com exigência de doutorado.

A Uerj defendeu a contratação da família e negou indicação política. A universidade vem dizendo que projetos com folhas de pagamento secretas estão sob investigação interna.

Cabos eleitorais empregados. O UOL publicou ontem que o projeto ECO contratou aliados da cúpula do PL, partido de Jair Bolsonaro. Cabos eleitorais e pessoas ligadas aos líderes do partido na Câmara (Altineu Côrtes) e no Senado (Carlos Portinho) receberam mais de R$ 2 milhões em pagamentos que se concentraram em 2022, ano eleitoral. Três amigos e cabos eleitorais do senador Romário (PL-RJ) também foram empregados no mesmo projeto. Todos negam ingerência política nas indicações.

Salários UERJ - Familia -  -

Remuneração 'dentro do razoável', diz pai

O UOL procurou Rafael Gosselin em seu escritório na zona oeste do Rio. O advogado não estava e, posteriormente, falou sobre as contratações dele, da esposa e do filho por áudio de WhatsApp.

Realmente o Caio e a Margareth trabalharam. E vou te falar que trabalharam muito. Para quem acha muito [o valor que receberam], desculpa. Para mim, foi até dentro do razoável, um valor padrão, como deveria ser.
Rafael Gosselin, pai de bolsista de 19 anos da Uerj

O advogado afirmou que o filho —"em que pese ser um garoto novo"— tem se dedicado a esportes, o que o teria credenciado para o projeto da Uerj.

O Instagram de Caio Gosselin revela seus hobbies: idas a praias com amigos para surfar, prática de jiu-jitsu, games e jogos do Vasco. Recentemente, Caio fez um curso para tentar entrar na carreira militar. No ano ado, ele foi reprovado em um concurso para ingressar no Corpo de Bombeiros.

O pai disse ter fotos e mensagens de WhatsApp que comprovam que toda a família efetivamente trabalhou no projeto da Uerj, inclusive fazendo "pareceres". Rafael não quis, contudo, enviá-las à reportagem alegando proteção à privacidade dos envolvidos.

"Foi um trabalho um pouco árduo até porque íamos em comunidades desenvolver uma série de coisas. Realmente, foi um trabalho desempenhado, graças a Deus, com muito louvor, até porque eu procuro manter um padrãozinho", completou.

'Educadores leigos', justifica universidade

Em nota, a reitoria da Uerj defendeu a contratação da família Gosselin.

"As atividades [dos projetos] são desempenhadas valorizando as titulações acadêmicas ou as experiências formais, mas igualmente contemplando os diversos saberes e fazeres que se perpetuam no tecido social, seja na informalidade ou oralidade, através de mestres e educadores leigos, mas que são autoridades do ponto de vista artístico, esportivo ou cultural", disse a universidade.

Especificamente sobre o jovem de 19 anos, a Uerj afirmou que ele atuou no projeto "como supervisor, responsável pela fiscalização, acompanhamento e orientação das unidades descentralizadas de ações extensionistas, relacionadas às atividades esportivas".

Margareth, a mãe, também atuou, segundo a instituição, como supervisora "acompanhando atividades de educação profissionalizante e formação empreendedora".

Já o pai, Rafael, foi "subcoordenador nos projetos de educação que englobavam unidades descentralizadas de atividades extensionistas e promoção da inovação".

Valorização da educação

Documentos no site da Uerj mostram que o projeto ECO tinha quatro eixos de trabalho, sendo que a família foi remunerada pelo que tratava de "valorização da educação".

O plano de trabalho desse eixo dizia que os objetivos principais seriam a construção de dois cursos de pós-graduação —Especialização em Orientação Educacional e Formação Humana para o Respeito à Proteção dos Direitos Humanos.

Não havia referência, por exemplo, a atividades esportivas.

O projeto ECO consumiu ao menos R$ 102 milhões só com o pagamento de pessoal entre o início de 2021 e agosto de 2022.

O programa foi financiado com recursos reados à Uerj pela Secretaria Estadual de Educação. A fonte original foi o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), cujos recursos vêm dos âmbitos municipal, estadual e federal.

Ligações políticas

Nas respostas por WhatsApp, Rafael Gosselin afirmou não ter qualquer relação com políticos.

Mas o UOL apurou que ele é ligado a um outro advogado, Ricardo Menezes, que foi candidato a deputado estadual pelo PSD no ano ado, mas não conseguiu se eleger. Ele já foi presidente da Caarj (Caixa de Assistência da Advocacia do Rio de Janeiro).

O próprio Menezes itiu, por telefone, que Rafael participou de alguns atos de campanha. Ele negou, porém, que tivesse indicado a família do advogado para a Uerj.

"Acredito que ele [Gosselin] tenha sido contratado por sua participação em projetos sociais", afirmou.

Ricardo Menezes fez campanha conjunta com o ex-reitor da Uerj e candidato não eleito a deputado federal pelo PT, Ricardo Lodi. Segundo ele, a aliança foi pontual, em duas localidades. Atualmente, Lodi é assessor especial da reitoria.

Menezes e Lodi também am em fevereiro do ano ado uma parceria entre a Caarj e a Uerj para desenvolvimento de pesquisas, eventos e cursos de Direito.

Em nota, a Uerj afirmou que "o processo de seleção de Rafael Gosselin se deu conforme regramentos vigentes, por meio de entrevista e análise de currículo, sem indicação de ordem política de qualquer parte".

Além da família Gosselin, o UOL apurou que ao menos outras duas pessoas ligadas a Menezes foram contratadas no projeto ECO: a jornalista Bárbara Gomes Cairo, 28, e a mãe dela, Maria Elena Gomes Cairo.

Elas receberam exatamente os mesmos valores da família Gosselin, no mesmo período.

Maria Elena é viúva de Humberto Cairo, que morreu em 2016 e era próximo a Menezes. O advogado também negou que as tenha indicado.

Bárbara disse por WhatsApp que atuou como subcoordenadora de comunicação e que a mãe trabalhou como assessora istrativa/secretária. Ela negou ter sido indicada por Menezes.