Renan: Tropa de choque de Bolsonaro tem de entender limitação de seu papel
O senador e relator da I da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou hoje ao UOL que a "tropa de choque" do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem de entender a "limitação de seu papel", em resposta à tentativa de governistas de obstruir os trabalhos da comissão.
Em participação no UOL Entrevista de hoje, conduzido por Fabíola Cidral e Tales Faria, Renan afirmou que a tropa de choque do governo não contava com a instalação da I e, por isso, tentou obstruir os trabalhos, como ao tentar impedir que ele assumisse a relatoria.
"Eu acho que o governo precisa concentrar melhor suas energias", disse ele. "Colocar à disposição os atores que nós entendemos que precisam ser ouvidos", completou.
A tropa de choque precisa compreender a limitação do seu papel. Eles não vão transformar as reuniões da I em reuniões de xingamento, de provocações. Nós vamos estar fixados na necessidade de apurar, de ganhar cada dia dessa investigação: são apenas 90 dias e precisamos produzir resultados, mesmo que preliminares e parciais.
Renan Calheiros, relator da I da Covid
Renan disse temer que a tal "tropa de choque" transforme "a I num biombo para defender o presidente, para isentar o presidente". "Isso não pode acontecer. Se o presidente for isentado, é a investigação que vai dizer."
Polêmica na relatoria da I
Crítico das medidas adotadas pelo governo Bolsonaro contra a pandemia, Renan foi escolhido após acordo entre sete dos 11 membros da I considerados independentes ou de oposição ao governo.
O ex-presidente do Senado quase foi impedido de assumir o posto depois que a Justiça Federal do Distrito Federal concedeu à deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) uma decisão liminar. Zambelli defende que o relator é pai de Renan Filho (MDB), governador de Alagoas, e por isso seria parcial nas investigações, cujo alvo inclui rees federais a estados e municípios.
A decisão, porém, acabou caindo no último dia 27 por decisão do próprio presidente em exercício do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), Francisco de Assis Betti, ao alegar que a escolha do relator é direito do presidente da Comissão, no caso o senador Omar Aziz (PSD-AM).
Renan assumiu o posto defendendo que os responsáveis pelo agravamento da pandemia sejam punidos "exemplarmente". Um dos alvos da comissão é o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que deverá depor na I na próxima quarta-feira (5).
Os outros dois ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, e o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, também serão ouvidos. Mandetta e Teich falarão à comissão amanhã (4); já Queiroga dará seu depoimento na quinta (6).
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