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Ataque a ponto de ajuda humanitária deixa 31 mortos e 170 feridos em Gaza

Palestinos deslocados empurram carroça com corpos após ataque perto de um centro de distribuição de alimentos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza Imagem: AFP 1.jun.2025

Do UOL, em São Paulo

01/06/2025 07h34Atualizada em 01/06/2025 09h07

Pelo menos 31 palestinos foram mortos e outros 170 ficaram feridos hoje, enquanto recebiam comida em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, informou o Ministério de Saúde de Gaza.

O que aconteceu

Autoridades palestinas ligadas ao grupo extremista Hamas e testemunhas atribuem ataque a militares israelenses. Segundo a agência de notícias Associated Press, um grupo atirou contra uma multidão, a cerca de um quilômetro de um local de ajuda humanitária istrado por fundação apoiada por Israel e Estados Unidos.

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Exército israelense afirmou não ter conhecimento de "feridos causados por fogo militar" no local. "A questão está sendo avaliada", disseram ainda as Forças de Defesa de Israel, de acordo com a AP. Já a fundação que entrega os alimentos afirmou que a distribuição ocorreu sem incidentes.

Funcionários de um hospital de campanha da Cruz Vermelha em Gaza informaram que 21 pessoas morreram e pelo menos 175 ficaram feridas. Um repórter da Associated Press relatou que dezenas de pessoas estão sendo atendidas na unidade.

Feridos foram socorridos por equipes da Defesa Civi e carroças de burro, informou o porta-voz da Defesa Civil de Gaza à agência de notícias -Presse. Eles foram encaminhados ao hospital Nasser, em Khan Yunis, no sul de Gaza.

"Havia tiros vindo de todas as direções — de navios de guerra, tanques e drones", disse uma testemunha à AP. Milhares de pessoas chegaram ao local de distribuição ainda antes do amanhecer. As forças israelenses ordenaram que a multidão se dispersasse e retornasse mais tarde. Quando os civis chegaram à rotatória conhecida como Flag Roundabout, a cerca de 1 quilômetro do ponto de entrega, por volta das 3h da manhã (horário local), os militares israelenses abriram fogo, de acordo com relatos.

Outra testemunha relatou que houve "caos". "Havia muitas pessoas, era um caos, havia gritos, empurrões e empurrões (...) o Exército estava atirando com drones e tanques", disse Abdallah Barbakh à -Presse.

Ponto de distribuição de ajuda é apoiado pelos Estados Unidos. Milhares de palestinos estão buscando os pontos de ajuda nos últimos dias, em meio a uma situação humanitária "crítica" em Gaza, onde "100% da população" está "ameaçada pela fome", de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas).

Cessar-fogo

Ataque vem após Hamas dizer ontem que aceitaria acordo de trégua com Israel em troca de 'cessar-fogo permanente'. Os EUA —que fazem parte do grupo de negociação— disseram que resposta é "totalmente inaceitável e só nos leva para trás". "O Hamas deve aceitar a proposta de estrutura que apresentamos como base para as negociações de proximidade, que podemos começar imediatamente na próxima semana", disse enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, em publicação no X.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem ser "inaceitável" a resposta do Hamas."É inaceitável e atrasa o processo". "Israel continuará seus esforços para trazer nossos reféns para casa e derrotar o Hamas", concluiu o comunicado, segundo o jornal The Times of Israel.

Após a reação dos EUA, Hamas disse que "Washington está adotando a visão israelense". "A posição dos EUA sobre a resposta do Hamas e das facções da resistência palestina à proposta de Witkoff confirma mais uma vez que Washington está adotando a visão israelense e pressionando pelo que Tel Aviv deseja, não pelo que é justo para os palestinos", diz a nota do grupo.

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