Corpo de empresário achado morto em Interlagos tem sinais de asfixia
Do UOL, em São Paulo
06/06/2025 08h40
A morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos, cujo corpo foi encontrado em um buraco de obras no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo, pode ter sido causada por compressão torácica e asfixia, segundo o diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Técnica-Científica paulista.
O que aconteceu
Corpo de empresário foi encontrado nesta semana em buraco de três metros de profundidade de uma obra da prefeitura em área externa à pista de Interlagos. Ele havia desaparecido na noite do dia 30 de maio, após participar de um evento de motos no autódromo.
Asfixia pode ter causado a morte, segundo chefe de perícia. Conforme afirmou à TV Globo Ricardo Lopes Ortega, diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Técnica-Científica de São Paulo, o corpo de Adalberto apresentava "escoriações superficiais" e sua morte pode ter ocorrido por uma "compressão torácica que promoveu uma asfixia".
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Ele foi encontrado dentro de uma escavação de engenharia, uma profundidade de três metros por um diâmetro de aproximadamente 80 centímetros. Foram empregadas todas as tecnologias que temos. Foi usado drone, scanner 3D, que é um processo que a gente imortaliza tridimensionalmente a cena de um crime. Ricardo Lopes Ortega, diretor do Instituto de Criminalística da Polícia Técnica-Científica de São Paulo, em entrevista à TV Globo
Causa da morte ainda não foi confirmada. Também à Globo, o diretor técnico divisionário do Centro de Perícias do IML (Instituto Médico Legal), Giovanni Chiarelo, disse que o corpo do empresário não apresentava sinais de violência nem fraturas, segundo o exame necroscópico. Sobre as escoriações identificadas pelo Instituto de Criminalística, ele afirmou que o IML ainda aguarda o resultado de exames para saber se as lesões ocorreram em vida ou após a morte de Adalberto.
Foram realizados exames de imagem e de raio-x para verificar se existia algum tipo de fratura. A partir disso, a gente iniciou o exame necroscópico, mas até o momento não encontramos nada que pudesse dar causa à morte do Adalberto. Giovanni Chiarelo, diretor técnico Divisionário do Centro de Perícias do IML (Instituto Médico Legal)
IML ainda aguarda resultado de exames que podem indicar sinais de luta corporal. O corpo do empresário ainda ará por análises toxicológica, anatomopatológica e subungueal, que analisa materiais encontrados sob as unhas, como detritos, pele e sangue, afirmou ainda Chiarelo. Não há prazo para os laudos dos exames.
O que falta saber sobre a morte do empresário
Polícia Civil investiga o caso como "morte suspeita". A investigação ainda não determinou como o empresário foi morto, ou seja, se foi acidente ou crime — em caso de homicídio, não se sabe se uma ou mais pessoas tem envolvimento.
Legistas acreditam que vítima morreu cerca de 36 horas antes de o cadáver ser encontrado. Ou seja, ele deve ter morrido entre a sexta-feira (30), quando desapareceu, e o domingo (1º).
Adalberto foi visto com vida pela última vez ao sair de um evento de motocicletas realizado no Autódromo. Um amigo disse à polícia que viu ele indo em direção ao estacionamento do local. Os investigadores analisam câmeras de segurança para traçar o trajeto percorrido pelo empresário, e colhem depoimentos de testemunhas e familiares.
Quando encontrado, corpo do empresário estava sem partes das roupas e não tinha sinais aparentes de agressão. Nas paredes da vala, os policiais também não acharam marcas que demonstravam tentativas de Adalberto de sair de lá, e o corpo sequer chegou ao fundo. Há indícios de que ele pode ter sido jogado no buraco já sem vida.
Relembre o caso
Empresário havia desaparecido na sexta-feira ada após ir a evento de motos no Autódromo de Interlagos. Pelas redes sociais, familiares de Adalberto e internautas pediam que informações sobre o seu paradeiro fossem enviadas para a companheira dele, a farmacêutica Fernanda Dandalo, por meio de seu perfil no Instagram.
Último contato do empresário com a esposa foi na sexta, por volta de 20h. Imagens das câmeras de segurança registraram Adalberto chegando sozinho ao evento do autódromo. Não foram achadas ainda imagens dele saindo do local.
Corpo foi encontrado no buraco de obras da prefeitura na manhã desta terça-feira. Desde então, a polícia tenta elucidar o caso.
Adalberto se apresentava nas redes sociais como empreendedor. Ele trabalhava em uma ótica, que possui unidades em Osasco e em Barueri, na Grande São Paulo.