Juíza nega pedido de advogado para adiar audiência após morte de estagiária
Do UOL, em São Paulo
03/06/2025 11h26
A juíza Paula Araújo Oliveira Levy, da Vara do Trabalho de Indaiatuba (SP), negou o pedido de um advogado para adiar a audiência de um processo trabalhista após a morte de sua estagiária.
O que aconteceu
Leonardo Henrique Alves da Silva fez o pedido justificando ''abalo emocional''. A estagiária, identificada como Kyra Luzyara de Andrade Barbosa, 20, morreu em um acidente de trânsito no dia 18 de maio, em Suzano. O escritório de advocacia publicou uma nota de pesar lamentando o ocorrido.
A magistrada, no entanto, argumentou que ''não havia hipótese legal para o reagendamento''. ''Indefiro o requerido, em que pesem os argumentos apresentados, não há hipótese legal que justifique a redesignação da audiência, como poderá o procurador valer-se de substalecimento. Intime-se o autor'', escreveu em despacho um dia após a morte da jovem.
A sessão ocorreu em 20 de maio, dia seguinte ao enterro da estagiária. O advogado gravou e compartilhou nas redes sociais um vídeo que fez durante a audiência repudiando a conduta da juíza. ''Enterrei a menina ontem e a gente está aqui tendo que trabalhar hoje. Então, o que esperava desse juízo era um pouco mais de sensibilidade. Mas, se for manter a audiência, a gente está aqui pra cumprir o nosso dever'', falou na gravação.
O advogado da parte contrária também se posicionou a favor de Leonardo. A solicitação de adiamento ocorreu com o consentimento dele e, durante a sessão, ele reafirmou que não se opunha à mudança de data. ''Só para constar, não existe nenhuma objeção da nossa parte em adiar, considerando a situação que vocês estão ando aí'', disse.
Leonardo contou que solicitou o adiamento de pelo menos outras 15 audiências. De acordo com ele, apenas dois não foram aceitos pelos juízes. Um deles sendo o de Indaiatuba e segundo da 8ª Vara do Trabalho de São Paulo, disse ao UOL.
O UOL entrou em contato com o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região para comentar o caso. Até o momento, não houve retorno, mas o espaço segue aberto para manifestação.