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Mortes superam nascimentos, e Sul tem queda inédita de população em março

Médica intensivista em hospital de Porto Alegre: estado registrou 100% de ocupação de leitos para UTI em março - Daniel Marenco/Folhapress/Daniel Marenco/Folhapress
Médica intensivista em hospital de Porto Alegre: estado registrou 100% de ocupação de leitos para UTI em março Imagem: Daniel Marenco/Folhapress/Daniel Marenco/Folhapress

Carlos Madeiro e Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Maceió e em Chapecó (SC)

09/04/2021 04h00

Pela primeira vez pelo menos desde 1979 —data mais antiga dos registros do SIM (Sistema Integrado de Mortalidade), do Ministério da Saúde— uma região do país registrou um mês com mais mortes que nascimentos. O fato ocorreu no Sul, em março, que teve um encolhimento de população no último mês, impulsionado pela alta mortalidade da covid-19.

Segundo o portal da transparência da Arpen/Brasil (Associação Brasileira de Registradores de Pessoas Naturais), que reúne dados de todos os registros de nascimentos, óbitos e casamentos do país desde 2015, até quarta-feira (7) foram 34.459 óbitos registrados no sistema em março, no Sul do país, contra 34.211 nascimentos —diferença de 248 casos. Os dados foram compilados até ontem e ainda podem ter atualizações.

Para efeito de comparação, em março do ano ado, por exemplo, a diferença positiva para os nascimentos era muito maior: 28.820 contra 15.762 mortes —mais de 13.000 casos. Vem sendo assim ao menos nas últimas quatro décadas, segundo dados do SIM.

Efeito covid-19

O resultado é impacto direto da covid-19, que teve seu pico no último mês nos três estados da região. Segundo os dados dos cartórios de registro civil, a doença causada pela novo coronavírus foi responsável por metade dos sulistas mortos no mês ado: foram 17.220 óbitos.

  • O Rio Grande do Sul foi o estado que teve mais emissões de certidões de óbitos em março: 8.148.
  • No Paraná, foram 5.737.
  • Em Santa Catarina, 3.335.

"Na verdade lidamos com uma sindemia, ou seja, com um conjunto de eventos interligados e interdependentes, cujo determinante inicial é a pandemia", afirma o médico Alcides Miranda, professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) nos cursos de graduação e pós-graduação em Saúde Coletiva.

Para ele, o cenário encarado pelos estados do Sul —e em grande parte do país— é fruto do que classificou de "negligência" e "omissão" do governo federal nas ações de combate ao vírus. "Houve uma aposta na ideia de manter a economia funcionando 'normalmente' às custas de uma autolimitação epidêmica —a chamada imunização de rebanho. Isso trouxe um custo dramático de dezenas de milhares de óbitos evitáveis", diz.

Procurado, o Ministério da Saúde não respondeu às críticas.

O especialista ainda cita que governos estaduais e municipais, nesse cenário, optaram por uma mediação entre interesses econômicos, também deixando de lado a necessidade de medidas epidemiológicas urgentes para proteger a população.

Nunca houve efetivamente lockdown, mas arremedos de estratégias e medidas mitigadoras. Tais iniciativas, descoordenadas --pela omissão do governo federal-- e dissociadas colocaram a região Sul em um cenário intermediário --entre o pior e o melhor-- por algum tempo. Com a introdução e a circulação de novas cepas virais mais transmissíveis (e provavelmente mais letais) estabeleceu rapidamente um incremento intensivo de contágios e inável para os serviços assistenciais.
Alcides Miranda, médico e professor da UFRGS

Cada estado da região Sul do país adotou medidas diferentes para tentar conter a pandemia, mas recentemente os governos decidiram criar um grupo de trabalho conjunto para evitar desabastecimento de insumos e permitir transferências de pacientes.

No Rio Grande do Sul, desde o fim de fevereiro deste ano, todo território foi classificado como situação gravíssima de contágio e foram impostas restrições aos serviços não essenciais —como restaurantes e bares.

Em Santa Catarina, o estado decretou restrições de circulação nos fins de semana e algumas cidades decidiram fazer lockdown parcial para diminuir a proliferação do vírus. Já no Paraná, há restrição de circulação das 20h às 5h, as aulas presenciais foram suspensas e houve aumento de leitos para tratar pacientes.

Dois irmãos morreram no mesmo mês

Por causa da covid-19, a estudante de engenharia Márcia Gonçalves de Souza, 44, que mora em Porto Alegre, perdeu duas pessoas da família no mês de março —o marido e o cunhado.

O cunhado, Roberto Lima, 56, faleceu no dia 8 de março, quando buscava ajuda de um parente para levá-lo ao hospital. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado, mas, quando chegou ao local, ele já estava sem vida.

O metroviário Eduardo José de Lima, 59, marido de Márcia, começou a sentir os sintomas em fevereiro e buscou atendimento três vezes. Na última, teve que atravessar a cidade para chegar a um hospital, depois que o ambulatório em que havia parado disse que não havia vagas. "Eu cheguei no hospital gritando: 'não deixa meu marido morrer, me ajuda!'", conta.

A estudante de engenharia civil Márcia Gonçalves perdeu o marido, o  metroviário Eduardo José de Lima  - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
A estudante de engenharia civil Márcia Gonçalves perdeu o marido, o metroviário Eduardo José de Lima
Imagem: Arquivo pessoal

Três dias após a internação, Lima precisou ser intubado e morreu uma semana depois. "Ele faz uma falta enorme, o o dia chorando", conta a esposa.

Márcia acredita que eles contraíram a doença na volta de um eio no Rio, no fim de fevereiro. Das 29 pessoas que participaram da viagem, pelo menos 12 contraíram o vírus.

O médico Felipe Bueno, que atua em um hospital de referência particular em Curitiba, diz que mês de março foi o mais difícil da pandemia, até agora, por causa do excesso de pacientes que buscaram serviços de saúde.

Foram dias pesados com muitos pacientes graves. Se em meses anteriores já ruins eu internava por dia quatro ou cinco pacientes, em março chegou ao ponto de eu internar um paciente a cada 40 minutos, num plantão de 12 horas. Tivemos famílias inteiras destroçadas em intervalo de dias.
Felipe Bueno, médico