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PI: Casal é condenado à prisão por matar rapaz após mensagens no celular

Manoel Mário de Moraes Feitosa Júnior morreu em 2014 após pauladas na cabeça - MPE-PI/Divulgação
Manoel Mário de Moraes Feitosa Júnior morreu em 2014 após pauladas na cabeça Imagem: MPE-PI/Divulgação

Yala Sena

Colaboração para o UOL, em Teresina

10/12/2020 19h07

O Tribunal Popular do Júri do município de Piracuruca (PI), a 200 km de Teresina, condenou à prisão um casal de empresários acusado de ass a pauladas um vigilante. O crime ocorreu no dia 4 de outubro de 2014, véspera das eleições estaduais, e seria decorrente do envio de mensagens de texto no aparelho celular.

De acordo com relato do Ministério Público Estadual, a empresária Maria Luiza Cardoso de Brito, 42 anos, ou a receber ligações telefônicas e mensagens de textos anônimas com cunho sexual. "Tratava de reiterados convites para manter relações sexuais", diz a denúncia.

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De acordo a denúncia do MPE, o casal chegou a marcar um encontro com a pessoa que escrevia as mensagens em um motel da cidade de Piracuruca. Lá, a empresária garante que viu o vigilante Manoel Mário de Moraes Feitosa Júnior.

Investigação da Polícia concluiu que o vigilante não estava no motel, que ele fazia segurança de um colégio que seria local de votação para as eleições. Manoel Mário foi até a sua residência e, ao chegar, iniciou discussões com o casal.

O promotor Márcio Carcará, que fez a denúncia, informou que o vigilante chegou a gritar: "eu não sou culpado, eu sou inocente". Os apelos do vigilante foram ignorados, segundo o MPE, e o empresário usou um pedaço de madeira e desferiu na cabeça da vítima que caiu no chão. Ele foi levado ao hospital e teve traumatismo craniano.

Após 15 horas de julgamento, o juiz Stefan Oliveira Ladislau leu a sentença. Francisco das Chagas Alves foi condenado a 20 anos de prisão em regime fechado, e Maria Luiza, a 13 anos de prisão, mas responderá em liberdade.

Márcio Carcará disse que o caso tem uma peculiaridade já que o juiz determinou a prisão de acordo com o pacote anticrime do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

"O pacote anticrime alterou a legislação e ou a permitir a execução provisória da pena quando a condenação no Tribunal Popular do Júri fosse superior a 15 anos. Por isso, o empresário foi preso. A sensação que tenho é que pra além da justiça no caso concreto, um inocente foi vitimado, neste crime tão bárbaro e a mensagem que a é que o endurecimento da legislação tranquiliza a população da cidade e que a justiça está sendo feita", declarou o promotor.

Empresária se diz inocente

Ao UOL, Maria Luiza alegou ser inocente e informou que vai recorrer da decisão. Ela, que é proprietária de um salão de beleza, disse que recebeu 31 ligações anônimas e várias mensagens com convites para relações sexuais.

Ela confirma que o marido deu uma paulada no Manoel Mário, e que o vigilante foi internado, mas assegura que ele fugiu do hospital sem licença médica.

"Ele fugiu do hospital chegou em Piracuruca com dores de cabeça e por negligência dele voltou ao hospital e morreu. Eu cheguei a oferecer ajuda", disse.

Segundo Maria Luíza, o que houve não foi um assassinato, mas uma lesão corporal seguida de morte.

"Sou uma cidadã, trabalho. Vou procurar todas as instâncias para provar minha inocência", disse.

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