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Recrutados para o crime, número de jovens assassinados explode no Nordeste

20.mar.2017 - Agentes penitenciários federais transferem presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN), após disputas entre facções - Magnus Nascimento/Tribuna do Norte/Estadão Conteúdo
20.mar.2017 - Agentes penitenciários federais transferem presos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta (RN), após disputas entre facções Imagem: Magnus Nascimento/Tribuna do Norte/Estadão Conteúdo

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió*

05/06/2019 10h07Atualizada em 05/06/2019 13h09

Em meio a uma disputa por territórios de facções criminosas, estados nordestinos registraram as suas maiores taxas de homicídios entre jovens de 15 a 29 anos do país.

Das sete unidades da federação com maiores índices de mortalidade juvenil, seis são do Nordeste --quatro delas nas primeiras colocações. Os dados constam no Atlas da Violência, divulgado hoje pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que traz dados estatísticos para esse estrato desde 2007.

Em 2017, 35.783 jovens foram assassinados no Brasil. Entre 2016 e 2017, segundo o Atlas, o Brasil teve um aumento de 6,7% na taxa de homicídios de jovens. Ao todo, 54,5% das vítimas de homicídio foram jovens de 15 a 29 anos --embora esse estrato represente apenas 24,6% da população total.

O pesquisador Daniel Cerqueira, do Ipea, destacou hoje a gravidade dos homicídios entre os jovens. "Estamos matando nossa juventude. Em qualquer momento seria trágico, mas no momento atual é pior ainda porque estamos ando pela maior transição demográfica de nossa história", aponta

O Rio Grande do Norte liderou o ranking e atingiu, em 2017, a maior taxa de homicídios juvenis para um estado do país: 152,3 mortes por cada 100 mil habitantes. A maior taxa até então tinha sido registrada em 2011 por Alagoas, com média de 147,1 mortes por 100 mil pessoas. Ceará, Pernambuco e Bahia também tiveram seus maiores índices de assassinatos juvenis da série histórica.

Segundo lugar no ranking de estados, o Ceará registrou a maior alta entre todas as unidades da federação, entre 2016 e 2017: 60% a mais, com uma taxa de 140,1 homicídios por 100 mil moradores.

Para efeito de comparação, a violência homicida nos seis estados nordestinos mais violentos é mais que o dobro, por exemplo, da taxa de homicídios do país mais violento do mundo. Honduras, segundo o "World Health Statistics 2019", da OMS (Organização Mundial de Saúde), registrou 55,5 por cada 100 mil habitantes em 2016. Entretanto, não há dados estratificados do país.

Jovens, negros e homens

Segundo o Atlas, as mortes de jovens têm um perfil típico: são negros e do sexo masculino. "Observando especificamente o grupo dos homens jovens, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes chega a 130,4 em 2017. Dos 35.783 jovens assassinados em 2017, 94,4% (ou 33.772 em números absolutos) eram do sexo masculino. Para todos os estados, quando é feito o recorte de homens jovens, a taxa de homicídios apresenta considerável elevação em relação à taxa geral de homicídios de jovens", aponta o estudo.

"É fundamental que se façam investimentos na juventude, por meio de políticas focalizadas nos territórios mais vulneráveis socioeconomicamente, de modo a garantir condições de desenvolvimento infantojuvenil, o à educação, cultura e esportes, além de mecanismos para facilitar o ingresso do jovem no mercado de trabalho", afirma o levantamento.

Facções criminosas cooptam jovens

A explicação para tantas mortes no Rio Grande do Norte e no Ceará tem estreita relação com a chegada das facções criminosas nessas regiões, especialmente em disputa por um ponto estratégico de maior proximidade com a Europa. Para dominar o tráfico, eles cooptam jovens para atuarem nos baixos escalões dos grupos.

Alcaçuz facção - Andressa Anholete/AFP - Andressa Anholete/AFP
15.jan.2017 - Busca por corpos no presídio de Alcaçuz após briga entre facções terminar com ao menos 27 detentos mortos
Imagem: Andressa Anholete/AFP

Segundo o Atlas, a droga chega aos dois estados "provenientes da Bolívia e do Peru" pela chamada rota do Rio Solimões, "chegando depois ao Nordeste e, em particular, ao Ceará e ao Rio Grande do Norte, para serem levadas à Europa".

Em janeiro, durante uma série de atentados no Ceará, o UOL revelou que facções cooptaram jovens sob ameaças, ou por oferta de pequenos valores, para realização de ataques a ônibus, prédios públicos, pontes ou torres de telefonia.

Para o coordenador do Obvio (Observatório de Violência Letal Intencional) e professor da Ufersa (Universidade Federal Rural do Semiárido), Thadeu Brandão, os jovens são os mais vulneráveis nessa relação com os grupos organizados. "Eles terminam servindo como soldados nas frentes, como varejistas de drogas ou de pequenas contravenções, o que os leva a serem as principais vítimas de homicídios dolosos", diz.

Ele afirma que a cooptação de jovens acontece de forma pouco organizada. "Essa cooptação formal é muito fragmentada: acontece em algumas comunidades, em outras não. E essa cooptação parece estar ligada à condição de abandono social dessas comunidades. Os jovens têm uma relação com essas facções como uma forma de aumento de status diante de seus pares, como uma forma de ética social guerreira, uma lógica muito parecida com gangues", afirma.

Maiores taxas de homicídios de jovens por 100 mil habitantes

Rio Grande do Norte - 152,3
Ceará - 140,2
Pernambuco - 133
Alagoas - 128,6
Acre - 126,3
Sergipe - 125,5
Bahia - 119,8

Menores taxas de homicídios por 100 mil habitantes

São Paulo - 18,5
Santa Catarina - 30,2
Piauí - 38,9

*Colaborou Igor Mello, do UOL, no Rio