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Segurança pública

Comércio fecha mais cedo após suposta ordem de facções na Grande Fortaleza

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

07/01/2019 20h04

Lojas da Grande Fortaleza fecharam mais cedo nesta segunda-feira (7) após recados com ameaças de ataques terem sido supostamente divulgados por integrantes de facções criminosas, segundo informaram comerciantes ao UOL.

O comércio em vários bairros de Fortaleza e de cidades da região metropolitana relatou temor com novos ataques prometidos por facções que aterrorizam o Ceará desde a noite da última quarta-feira (2). A polícia investiga uma série de recados com ordens para fechar lojas espalhados durante a madrugada em diferentes locais.

Em nota no fim da tarde desta segunda, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará pediu que a população não seja influenciada por "disseminação de boatos e ameaças ao comércio da capital e região metropolitana".

"Essa ação criminosa é uma reação à enérgica resposta dada à criminalidade pelas forças de segurança do Ceará e tropas federais, nas ruas e unidades prisionais, para estabilização da lei e da ordem". A secretaria ainda pediu que a população denuncie casos pelo número 181 ou pelo WhatsApp da corporação: (85) 98969.0182. O sigilo é garantido.

Até o momento ao menos 125 ataques foram registrados. Os ataques são uma retaliação das três maiores facções que atuam no estado --PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho) e GDE (Guardiões do Estado)-- a medidas disciplinadoras dentro dos presídios, como a retirada de circulação de celulares e o fim da separação de presos por organizações criminosas. Na última sexta-feira (4), o ministro da Justiça, o ex-juiz federal Sergio Moro, autorizou o envio de 300 homens da Força Nacional de Segurança para o Ceará.

Segundo apurou o UOL, há relatos de lojas que fecharam mais cedo nos bairros de Sapiranga e Edson Queiroz, em Fortaleza. Nesses locais, comerciantes decidiram baixar as portas por volta das 15h (16h de Brasília). No bairro Bom Jardim, lojas também foram fechadas após a suposta ordem de criminosos.

Na praça da Estação, no centro de Fortaleza, um vídeo mostra bancas de jornais incendiadas, e motoristas com os ônibus parados no fim da tarde desta segunda. Lojas também fecharam as portas após o ataque.

Ameaças

Em muitos pontos da Grande Fortaleza, papéis foram colados em prédios públicos e privados com texto mandando o comércio fechar as portas nestas segunda e terça-feira (8). O texto diz que apenas as igrejas podem funcionar e que todos os demais empreendimentos devem fechar, só reabrindo na quarta (9). A polícia retirou todos os papéis na manhã de hoje.

Em Caucaia, região metropolitana de Fortaleza, três pessoas foram presas por obrigar os comerciantes a fecharem as portas na manhã desta segunda.

Em Chorozinho, também na Grande Fortaleza, uma loja de roupa teve a frente destruída por um incêndio criminoso na madrugada de hoje, e comerciantes não abriram as portas. Em Pacajus, o comércio também fechou mais cedo, ainda pela manhã, por conta da ameaça de ataques.